Dia do Abandono
Aproveitando a pesquisa no Blog do Roberto Moraes, vou lembrar meus nove leitores de um movimento sério, que questionou bem mais do que os buracos das ruas de Campos e foi lançado pelo jornalista Vitor Menezes, no blog Urgente!, com o nome Dia do Abandono. Adesão geral. Veja aqui http://urgente.blogspot.com/2008/01/dia-do-abandono.html ou a cópia abaixo.
Segunda-feira, Janeiro 21, 2008
Dia do Abandono
Abaixo estão os registros que fiz na última sexta-feira, 18, para postar agora no Dia do Abandono. São realidades bastante conhecidas da população. E não espantam pelo flagrante, mas pela freqüência cada vez maior com que as encontramos.
Há formas muito grandes de abandono, e parece que temos sido acometidos por elas. Mas há também uma sucessão de “pequenos” abandonos que acabam por se tornar sinais de que algo muito mais grave está acontecendo. São como singelas manchas na pele, que podem ser reveladoras de uma grave doença.
Portanto, o leitor não encontrará novidade nos registros abaixo. Mas talvez, assim como nós, se espante com a inexplicável, imoral e revoltante permanência destes descalabros em uma cidade que fala em milhões com a naturalidade de quem conta trocados.
SOLAR DOS AYRIZES
O solar é listado no site da Secretaria de Turismo como uma das belezas de Campos. Mas há uma informação que o site não dá: o prédio, na margem da BR 356, está completamente abandonado. O mato cresce à volta, cavalos circulam, portas e janelas estão apodrecendo. “O Solar [que] serviu de inspiração e cenário para o escritor Bernardo Guimarães escreveu (sic) o romance “Escrava Isaura”, conhecido mundialmente”, como registrou o próprio site do Turismo, ainda espera ser descoberto e preservado pelos próprios campistas.
MUSEU DE CAMPOS
Outro caso de abandono que se arrasta é o do Solar do Visconde de Araruama, em plena Praça São Salvador, onde funcionou a Câmara de Vereadores e a Prefeitura. Há recorrentes promessas de reformas, como feita recentemente, mas há anos e anos que os campistas ouvem estas informações. Além disso, o caso não é apenas de reforma de um prédio, mas de construção de uma política de preservação histórica, com a criação, inclusive, de outros espaços. Como é possível, por exemplo, que Campos não tenha um Museu do Índio Goytacá? E um Museu do Açúcar? Ou mesmo um Museu do Petróleo?
CICLOVIA NO JOCKEY
Este á um daqueles casos que parecem singelos. Isoladamente, pareceria impertinência citá-lo. Mas, quando somado a tantos episódios, ele se mostra como revelador da falta de zelo com que toda a cidade tem sido tratada. Trata-se do guarda-corpo da ciclovia do Jockey Club, que está tombado há meses, sem que, pelo visto, nenhum dos responsáveis que deveria mantê-lo se importe.
"ABRIGO" NA 28 DE MARÇO
Este é um abrigo de passageiros no final da avenida 28 de Março, a principal via da cidade, próximo à antiga Usina Santo Antônio. Está há pelo menos dois meses neste estado, com parte da laje desabando.
O MISTÉRIO DO TRANSPORTE
O transporte público de Campos guarda um mistério difícil de decifrar. O tema é fartamente denunciado, mas as péssimas condições permanecem. Me lembro que, ainda quando era repórter de A Cidade, lá pelos idos do governo Sérgio Mendes, falava-se no lançamento de um novo sistema de transporte urbano, com divisão racional das linhas, pintura dos ônibus de acordo com os locais de circulação, entre outras medidas. Nada saiu do papel. E outros anúncios se seguiram nos demais governos municipais, enquanto os ônibus continuaram velhos — assim como os táxis — e o transporte clandestino se impôs como necessário para a população.
ERA PARA SER UMA FAIXA DE PEDESTRES
Isso deveria ser uma faixa de pedestres na rua 21 de abril. Assim como dezenas de outras pela cidade, elas estão desaparecendo. Talvez, neste caso, a Prefeitura esteja até economizando, já que por aqui ainda não colou a bom costume de parar o carro para dar preferência aos pedestres.
A CARA DO DONO
Estes, digamos, toscos sinalizadores que o leitor vê na imagem foram utilizados na rua João Pessoa para interditar o trânsito durante as compras de Natal. Simplesmente por existirem deste modo, eles representariam o desleixo do improviso e da falta de preocupação com a beleza da cidade. Mas, além disso, há o fato de que eles estão abandonados, na esquina com a 13 de Maio, até hoje.
CICLISTA IMPRENSADO NA FORMOSA
Com pouquíssimas ciclovias e sem faixas exclusivas para ciclistas, Campos, uma cidade como geografia favorável para este tipo de transporte, ainda condena quem utiliza bicicletas a se espremer perigosamente entre carros e a calçada.
PUXADINHO EM GOITACAZES
Era para ser um projeto de urbanização, que disciplinaria, com a distribuição de quiosques — muitos, registre-se —, o comércio de barzinhos em Goitacazes. Mas não demorou para que, além dos vários quiosques, surgissem puxadinhos que tomaram os espaços que deveriam ser dos pedestres. Além de ser em um local impróprio, já que provoca aglomeração de pessoas na margem de uma rodovia, o cenário é de uma terra de ninguém.
Postado por Vitor Menezes
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