O Fujão e a Sóbria

 
Amigos, inimigos ou nem tanto, a conclusão irrefutável é que este brioso e impoluto veículo de comunicação dá (no bom sentido) o que os outros não dão. Ou não tem coragem de dar (novamente no bom sentido). E a verdade que liberta e redime é uma só:
O governador Sérgio Mauricinho Cabral, o Fujão, recebeu de seus sequazes aqui na região a recomendação de que seria de bom alvitre o turista viajante oficial recuar de sua idéia maluca de vir a São João da Barra, onde o altivo e valente povo do quinto distrito quer vê-lo no quinto dos infernos.
E logo, logo Cabral mandou avisar à sua turma da Comunicação que tratasse de publicar uma dessas desculpas esfarrapadas — a de que ele havia cancelado a visita à terra de Narcisa Amália devido ao mau tempo, que impediria o pouso de sua aeronave.
Que mau tempo, cara pálida? Não somos otários, pra creditar num caô desses, seus cambadas de zé ruelas...
O que Cabral mal sabe é que o bravo povo da vizinhança do Açu quer mostrar-lhe a cara de indignação e dar uma resposta a altura das vilanias contra nossa gente laboriosa de Água Preta e adjacências. Ele, com a cumplicidade da prefeita Carla Conhaque de Alcatrão São João da Barra, a Sóbria.
Este locutor de ascendência helênica, como sempre inquebrantável, firme e ereto na defesa das mais nobres causas dos fracos e oprimidos, daria logo uma ordem transcendental à nossa tropa, tão logo ele desembarcasse em terra firme: em nome do nosso orgulho ferido, o primeiro cuspe quem dispara somos nós; o resto a gente discute depois.
Então, Cabral sabendo das origens e das virtudes varonis do povo do quinto distrito, refugou. Pois, pelo menos aqui por essas bandas, suprema desmoralização, o governador perdeu o direito constitucional de ir e vir, andar livremente sem ser incomodado.
Bem feito. Não se humilha impunemente o homem, nem um povo.

Anacreonte Coelho Velho