segunda-feira, 16 de maio de 2011

Breves considerações sobre a história universal da patetice (1)

murphy

Por dever de ofício (nada mais), de vez em quando sou obrigado a cumprir alguns castigos forçados e outros ritos indigestos, como assistir a sessões da Assembléia Legislativa (Alerj). Desde que inventaram o trabalho, eis aqui uma das tarefas mais aviltantes a que um ser humano pode ser submetido, o me obriga a cogitar a possibilidade de exigir do patrão adicional de insalubridade.

Pois não é que a Alerj até que se lembrou das bandas da nossa Capitania de São Thomé, criando um pomposo certo Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte/Noroeste Fluminense, com foco no Complexo do Açu. Vamos, então, aos entretantos, até chegarmos aos finalmentes, como dizia o poeta.

Amigos, inimigos, cristãos e ateus, a verdade que liberta e redime é essa: os nossos augustos deputados, com as exceções de praxe, não conhecem o nosso interior da Velha Província fluminense. É como a música do Aldir Blanc: "O Brasil não conhece o Brasil...".

Ou incorro num ledo engano ou não ouvi alguém discorrer com profundezas e conhecimento de causa sobre nossos problemas?

Quem lá estava e poderia melhor tratar com propriedade das nuances era a prefeita Carla Machado, a sóbria, mas como bem reza a Lei de Murphy, de onde ninguém espera que possa sair alguma coisa, ali mesmo é que não sai mesmo nada. E a lei foi cumprida à risca.

Mesmo sóbria (como sempre), a desinfeliz alcaide (tem feminino ou é com de dois?, sei lá...) , pois eu dizia que a moça não conseguia construir uma frase a altura da grandiosidade do assunto.

Sim, porque, se a prefeita não sabe, dos grandes debates que hoje inquietam a Nação, é a qualificação profissional que avulta de forma das mais relevantes.

O outro ponto do debate é a capacidade dos atores envolvidos, incluídos os gestores públicos, em dar um norte ao debate, abrir condições de diálogo com a iniciativa privada e implementar políticas e parcerias nesta ou naquela direção.

É duro, véio, mas la matrona não conseguiu sair de seu medíocre obscurantismo, a ponto de provocar sono na platéia com tamanha pobreza de seu palavreado. Só teve graça sua presença ao anunciar o vice-prefeito Dodozinho, que ocupou lugar especial na mesa, muito justamente, por sinal.

O resto, foi de uma masturbação ociosa e estéril, uma pasmaceira de dar dó. Uma pena, mas o distinto público ali ficou ali conhecendo as minúsculas qualificações da senhora que está à frente dos desafios que São João da Barra tem e terá pela frente.

Os amigos (essa raça de gente ruim) que foram à Alerj me garantiram que a moça havia tomado umas a mais ou uma.

Asseguram de pés e mãos juntas que a cangibrina exalava aquele egrégio e sacrossanto ambiente. Mas como conheço bem meu eleitorado, não dei bola. Como disse o Nunes, do Flamengo, "fiz que fui, ele (o zagueiro) achou que fui e acabei não fondo".

O que eu pensava ser algo provocado por cangibrina errada (ou em excesso), na verdade foi mais uma repetição de um contumaz reinado de obviedades. Dali é que não nasceu nada... Daí que nasceu essas breves considerações sobre a história universal do ócio e da patetice.

Anacreonte Coelho Velho

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