terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Adeus ao Complexo de Vira-latas

PARTE 1 - Visão nacional da subalternice

Se você veio aqui procurando um texto engraçadinho, favor voltar outro dia. A conversa hoje é séria e cheia de sociologia de butiquim, erudição sobre a vida brasileira e a alma do campista (a culpa é do cachorro do vizinho que num me deixa dormir). Dizia o menino Nelson (o Rodrigues, é claro) que numa certa quadra da vida o brasileiro foi tomado de um espírito sorumbático, que não tinha vontade nem se sair de casa. Achava-se inferior a tudo e a todos.

nelson-rodrigues-tri

Era maizomenos assim: nos anos 40/50 éramos um povo que sonhava se transformar numa Nação. Mas parecia que o Brasil estava fadado ao fracasso e nossas derrotas se sucediam. Qual seria nossa salvação? Getúlio Vargas com a criaçào do salário mínimo? Sem chance! Também isso nasceu fadado ao fracasso. A única coisa que poderia nos salvar era o futebol.
 
Mas tomamos surras históricas, até dos vizinhos argentinos e uruguaios. Era uma avacalhação. Perdíamos na bola e às vezes no tapa. Até conseguíamos fazer bonito no campo, mas na hora H a bola murchava e era só derrota. E até no futebol não saíamos da condição de povo perdedor...
 
Para completar, organizamos a Copa de 50, construímos o maior estádio do mundo, o Maracanã, preparamos uma festa de gala para festejar uma redentora vitória que nos libertasse daquele crônico complexo de inferioridade e ??? Perdemos para os uruguaios. Com ou sem maraca, chocalharam com a gente!

copa-de-50

Foi então que apareceu alguém achando que o nosso problema estava na raça, na epiderme dos nossos craques. E levamos para a seleção mais jogadores brancos, discriminando os negros, baita estupidez e ignorância.
 
Até que irromperam a cena Pelé e Garrincha, um negro quase retinto; o outro, um mulato, também um legítimo representante da raça negra. E foi com os negões, representantes autênticos da raça de um Brasil genuíno e autêntico (até hoje Caetano afirma "eu sou neguinha!"), que em 1958, nos consagramos campeões do mundo, mandando os branquelos europeus da fria Suécia, pra casa dos uruguaios.

A festa foi geral e marcou até o nada presidenciável dedinho de Dilma que, acho eu, naquela hora (era novinha como está agora), teve um insight e descobriu que ia ser presidenta do Brasil ou que nossa seleção ainda teria de encarar Dunga.

dilma

Um comentário:

  1. Você me viciou, a culpa é sua!!! Cadê as atualizações!!! rsrssrs.

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Ironia sim, grosseria não (minha mulher deixa não). Quero seu comentário, mas sem palavras de baixo calão, ou você será marretado. Marrete com consciência.